Existe uma epidemia de doenças bucais no mundo? Dois estudos publicados recentemente na revista “The Lancet” apontam que sim. Segundo dados indicados nas pesquisas, que analisam o acesso à odontologia no mundo, cerca de 3,5 milhões de pessoas possuem problemas dentais e têm acesso à programas de saúde bucal precários.
Ambos os estudos foram realizados por um grupo de pesquisadores, sendo que dois deles são brasileiros. Segundo apontam os estudos, o mundo sofre hoje com uma verdadeira epidemia de doenças bucais. Infelizmente, o acesso a tratamentos e programas preventivos de saúde bucal ainda é um privilégio de países desenvolvidos. Em muitos lugares do mundo a saúde bucal é tratada separadamente das questões de saúde pública, restringindo os cuidados apenas ao setor privado.
Para saber mais sobre os resultados apontados nas pesquisas e o que deve ser feito para reverter essa epidemia de doenças bucais, não deixe de conferir!
Dados de uma epidemia
São diversos os fatores que apontam que o mundo hoje vive uma epidemia de doenças bucais. Além de 3,5 milhões de pessoas que são afetadas por problemas como cáries, gengivite e infecção de canal, falta educação para a prevenção de doenças bucais e acesso à tratamentos. Esse quadro é ainda mais grave nos países em desenvolvimento.
Além disso, o aumento do consumo de álcool e açúcar somado ao crescimento do tabagismo, no mundo todo, contribuem para a ascensão de inúmeras doenças bucais.
Embora o câncer de boca seja um dos 15 tipos de câncer mais comuns, as doenças bucais ainda não são tratadas por programas de saúde pública. A maior parte dos países ainda separa a saúde bucal da saúde geral. No entanto, o custo com tratamentos odontológicos é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para tratamentos cardíacos e de diabetes.
Ainda que se gaste muito com saúde bucal, poucos programas públicos dão a devida atenção à questão. A odontologia vem evoluindo no que se refere à tratamentos diversos, porém, muitos deles ficam restritos ao setor privado e à uma parcela da população com maior poder aquisitivo.
Ao que tudo indica, o atual modelo adotado pela odontologia no mundo, especialmente no que se refere à prevenção de doenças bucais, precisa ser revisto. Além disso, é necessário adotar medidas restritivas à indústria do açúcar, tabaco e álcool, desincentivando o consumo dessas substâncias.
O estudo aponta a importância de garantir a acessibilidade à educação e tratamentos, garantindo que mais pessoas possam melhorar a saúde bucal.
O Brasil dentro de uma epidemia global
Juntamente com a Tailândia, o Brasil é um dos poucos países cuja saúde bucal faz parte da agenda de políticas públicas. O Sistema Único de Saúde (SUS) inclui o tratamento dentário entre os tratamentos que integram a pauta da saúde pública no país. Isso faz com que o Brasil tenha índices melhores do que a Inglaterra quando se trata de saúde bucal, por exemplo.
Porém, ainda que o acesso à tratamentos sejam maiores no Brasil, nada indica que o país conta com um sistema de excelência. Assim como ocorre em muitos países, a evolução dos tratamentos odontológicos está restrita ao setor privado, deixando uma boa parcela da população sem acesso.
Como resultado, em 2015 uma pesquisa do IBGE demonstrou que 11% da população já perdeu todos os dentes, o que equivale a 22 milhões de brasileiros.
Combate de uma epidemia de doenças bucais
Para o estudo, algumas medidas devem ser tomadas por governos do mundo inteiro. O primeiro ponto é tratar a saúde bucal como uma questão de saúde pública, incluindo tratamentos e ações preventivas dentro da agenda dos governos. O estudo também fala da necessidade de formar profissionais focados em prevenção e educação da população como um todo.
Os países desenvolvidos e considerados em desenvolvimento merecem atenção, especialmente no que se refere a medidas de inclusão e acesso à tratamentos bucais.
Por fim, é preciso implementar mais pesquisas voltadas à saúde bucal, além de impor medidas restritivas ao consumo de açúcar, álcool e tabaco.
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Atenção: o que está descrito acima não se destina a substituir os conselhos e recomendações do Cirurgião-Dentista responsável pelo tratamento/procedimento.